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Cãozinho Eduardo já está sob cuidados/Foto: Reprodução

Os casos de maus-tratos tendo como vítimas cães comunitários da área central de Criciúma tomaram repercussão nacional e seguem acalorando o debate sobre a insegurança no coração da cidade.

Em um dos episódios, o cão Eduardo, além de agredido, foi violentado sexualmente.

O animal foi resgatado no bairro Vera Cruz e está sob cuidados. Ninguém foi preso.

Um dos casos de agressão teria sido cometido por um "homem de posse" na cidade; porém, os demais, incluindo o de abuso sexual, teriam como autores moradores em situação de rua.

Protetoras, comunidade e simpatizantes da causa buscam uma forma de se mobilizar para que algo seja feito.

A protetora da ONG Pipa, professora Rosane Machado de Andrade, destacou que a bandeira levantada não é apenas pelos cães, mas pela segurança pública.

“O que está acontecendo com o ser humano? Não é sobre cães serem agredidos, é sobre segurança. Uma pessoa que maltrata um animal, que abusa de um animal, que chuta um animal, faz isso também com o ser humano. Não são os cães que vão afastar a clientela do comércio, é a falta de segurança. Há muito tempo que a gente fala sobre isso, há muito tempo que a gente pede ajuda”, desabafou.

Rosane reforçou que a insegurança no Centro não afeta somente os animais, mas também as vendas, a circulação de pessoas e a imagem da cidade.

Foi assunto na Câmara

Os órgãos de segurança pública e o Executivo ainda não se manifestaram publicamente sobre o assunto, mas o debate já chegou à Câmara de Vereadores.

O vereador Daniel Cipriano (PSDB) utilizou a tribuna nesta segunda-feira para expressar indignação.

“Estou indignado. A situação é muito grave. Vivemos em um país onde mulheres ainda morrem apenas por serem mulheres, pessoas morrem por causa da cor da pele, e agora vemos um caso absurdo de um animal violentado. Isso aconteceu aqui, na nossa cidade”, destacou o parlamentar.

Segundo Cipriano, moradores do bairro Vera Cruz relataram que os animais haviam sido abandonados no terreno de uma residência após a mudança dos antigos inquilinos.

Sensibilizada, a comunidade passou a cuidar dos cães, que se tornaram “cães comunitários”.

No sábado, uma das cuidadoras levou comida aos animais e, ao perceber sinais de ferimentos, encaminhou um deles ao veterinário.

O exame confirmou que o cão havia sido vítima de abuso sexual.

“Infelizmente, o que tem ocorrido com frequência é que pessoas adotam animais e depois os deixam para trás. É revoltante. E, como se não bastasse, no mesmo fim de semana, outros dois cães foram vítimas de agressão no Centro”, lamentou.

O vereador também reforçou a necessidade de uma atuação mais efetiva no cumprimento das leis de proteção animal.

“As leis existem para proteger tanto seres humanos quanto animais, mas, na prática, os animais só são amparados quando as pessoas cumprem seu papel. Diante de situações como essa, o sentimento é de total impotência”, afirmou.

HN Notícias