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Foto: Reprodução/ND

 


Pode parecer ficção científica, mas não é: um novo estudo indica que o Universo tem data de validade.

Segundo pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, o cosmos pode continuar se expandindo por mais 11 bilhões de anos — antes de começar a encolher até colapsar completamente.

A hipótese foi publicada no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics e descreve o cenário chamado de “Big Crunch”, uma espécie de Big Bang ao contrário.

Nesse ponto, toda a matéria e energia voltariam a se comprimir até atingir uma densidade infinita, encerrando o ciclo atual do Universo.

Energia escura e o relógio cósmico

Os cientistas basearam o estudo em novas observações sobre o comportamento da energia escura, a força misteriosa que acelera a expansão do espaço.

Durante décadas, acreditava-se que essa energia era constante e que o Universo se expandiria para sempre. Mas o novo modelo sugere o oposto: a energia escura pode estar mudando e enfraquecendo lentamente.

De acordo com os cálculos, o Universo teria uma vida útil total de 33,3 bilhões de anos. Como o Big Bang ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos, restariam menos de 20 bilhões de anos até o início do colapso.

O papel da constante cosmológica

A teoria parte de uma revisão da constante cosmológica (λ), proposta por Albert Einstein. Antes considerada positiva, o que sustentava a ideia de expansão infinita, ela agora é analisada como potencialmente negativa.

Se isso for confirmado, o Universo não estaria se afastando indefinidamente, mas sim caminhando para um ponto de retorno.

Um λ negativo funcionaria como uma força de atração constante, capaz de desacelerar a expansão e, no futuro, inverter o movimento, dando início ao colapso.

Um Universo cíclico

A pesquisa também considera o papel de partículas chamadas axiões, extremamente leves e difíceis de detectar. Elas atuariam como um “empurrão suave” que ainda mantém a expansão cósmica ativa — mas por tempo limitado.

Quando essa força perder intensidade, em cerca de 11 bilhões de anos, a gravidade assumirá o controle, levando o Universo a se contrair por mais 8 bilhões de anos, até desaparecer no Big Crunch.

Os pesquisadores calculam que, antes do colapso, o Universo chegará a 1,7 vez o tamanho atual.

Depois disso, começará a encolher lentamente, fechando um ciclo que pode se repetir infinitas vezes: nascimento, expansão, colapso e renascimento.

 

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