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Como nascem as ruas?

No início da colonização as ruas não eram pensadas para o trânsito que conhecemos hoje. Naquele tempo, o transporte era feito em carroças, cavalos ou mesmo a pé, e os caminhos se abriam de acordo com as necessidades mais imediatas: ligar as colônias, chegar às igrejas, aos pequenos comércios ou às minas de carvão. Não havia preocupação com largura, calçadas ou pavimentação. O traçado das vias acompanhava o ritmo simples da vida e do progresso que ainda engatinhava.

Rua na Vila Operária (atual bairro Santa Bárbara) na década de 1940

Com o passar das décadas, o crescimento urbano e a chegada dos automóveis transformaram a realidade. As ruas deixaram de ser apenas passagens improvisadas para se tornarem elementos centrais do planejamento das cidades.

Aos poucos, vieram as primeiras avenidas largas, a pavimentação em paralelepípedo e, mais tarde, o asfalto, sempre acompanhando as demandas do comércio, da indústria e do transporte coletivo.

Rua Oswaldo Pinto da Veiga - Próspera. Início dos anos 1960. Pavimentação em paralelepípedo.

Hoje, a abertura de uma rua segue um processo formal: nasce de projetos de loteamento aprovados pela Prefeitura, que exigem critérios técnicos de largura, alinhamento e acessibilidade. Uma vez abertas, passam a integrar o patrimônio público e, mais tarde, recebem denominação oficial por lei aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo prefeito.

Exemplo de uma denominação de rua sancionada pelo executivo municipal

Os nomes das ruas que contam a história de Criciúma

No passado, as ruas de Criciúma não tinham nomes oficiais. Eram identificadas de forma simples: pela casa de um morador conhecido, por um comércio de esquina, pela numeração ou pela igreja que servia de ponto de encontro. Assim nasceram expressões como Estrada Geral, Rua da Igreja e Rua do Fogo, denominações criadas de maneira espontânea pela própria comunidade.

Com o crescimento da cidade e a necessidade de organizar os espaços, os nomes passaram a ser oficializados por lei. Cabe à Câmara de Vereadores aprovar os projetos de denominação, geralmente apresentados por parlamentares em homenagem a personalidades locais, líderes políticos, religiosos, pioneiros da colonização ou para registrar datas cívicas e referências culturais. Depois de aprovada, a proposta segue para sanção do prefeito, que formaliza a escolha.

Esse processo transformou cada rua em um pedaço de memória da cidade. Mais do que indicar um endereço, os nomes revelam histórias, preservam lembranças e eternizam quem ajudou a construir Criciúma, mantendo viva a identidade do município.

Em 2017, a cidade implantou um novo modelo de placas de identificação. A medida, voltada à organização e padronização, permanece em vigor e garante maior uniformidade em toda Criciúma.

Placas usadas para identificar as ruas do município

Um mapa vivo de lembranças

Assim como os nomes das ruas contam histórias, as imagens antigas revelam como esses lugares se transformaram ao longo do tempo. Cada foto é uma janela para o passado, mostrando o ritmo da cidade em diferentes épocas.

Avenida Centenário - década 1980

Rua Joaquim Nabuco, à direita o colégio Michel - década 1970

Rua João Pessoa – início da década de 1980

Rua João Zanette, aos fundos Praça Nereu Ramos  – década de 1940

Rua São José direção bairro centro – início dos anos 1970

Rua Santa Bárbara - 1980

Rua São Antônio ao lado da praça do congresso- década de 1960

Avenida Centenário – década de 1970

Entre degraus e memórias

Em Criciúma, algumas ruas terminam em escadarias que se tornaram parte do cotidiano dos moradores. Criadas em locais onde o relevo impediu a abertura de vias convencionais, essas passagens garantiram o acesso entre bairros e facilitaram o caminho de crianças até a escola. Com o tempo, passaram a ser também símbolos de convivência e adaptação, marcando a paisagem e a história da cidade.

Principais escadarias que dão acesso às ruas no município

Escadaria Leolina Maria Dos Santos Da Silva Rua Catulo Da Paixão Cearense que dá acesso à Rua Martin Afonso de Souza - Operária Nova

Escadaria da Rua Barão do Rio Branco que dá acesso à Rua Hortêncio João da Silva   – Centro

Escadaria da Rua Marcelo Lodetti que dá acesso à Rua Hercílio Luz  – Centro

Escadaria da Rua Basílio Valentim Zili dá acesso à Rua Clarinda Milioli De Lucca - Mina do Mato

Escadaria da Rua Santarém que dá acesso à Rua Álvaro Catão – Operária Nova

Escadaria da Rua Ézio Lima que dá acesso à Rod SC 108 – Mina Brasil

Escadaria da Rua Ladi Sampaio que dá acesso à Rod. SC 108– Mina Brasil

Escadaria da Rua Maria Antonieta que dá acesso à Avenida Centenário - N. S. da Salete

Escadaria da Rua Fernando de Noronha que dá acesso à Avenida Centenário  - N. S. da Salete

Escadaria Pedro Laurindo  Rua Santo Antônio que dá acesso à Rua Vital Brasil – Cruzeiro do Sul

Escadaria da Rua Lourenço Rinaldi Canarim  que dá acesso à Rua Hortêncio João da Silva  – Vera Cruz

Escadaria da Rua Bela Vista que dá acesso à Avenida Centenário – São Cristóvão

Escadaria da Rua São Carlos  - Santa Catarina

Escadaria da Rua Bolívia dá acesso à Avenida Centenário - São Cristóvão

Rua João Manoel Florentino (Rua 290) dá acesso à Av. Jorge Elias de Lucca – N. S. Salete

Escadaria Neusa Ribeiro  Rua Domênico Sônego, acesso à Praça Santa Bárbara – Santa Bárbara

Escadaria da Rua Ângela Melo que dá acesso à Rua Pedrinho João Antônio Jerônimo (E.M.E.B Adolfo Back)  - Mina União

 

Entre passos antigos e novos trajetos, Criciúma continua desenhando seu mapa na histórias.

 

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