Como nascem as ruas?
No início da colonização as ruas não eram pensadas para o trânsito que conhecemos hoje. Naquele tempo, o transporte era feito em carroças, cavalos ou mesmo a pé, e os caminhos se abriam de acordo com as necessidades mais imediatas: ligar as colônias, chegar às igrejas, aos pequenos comércios ou às minas de carvão. Não havia preocupação com largura, calçadas ou pavimentação. O traçado das vias acompanhava o ritmo simples da vida e do progresso que ainda engatinhava.

Com o passar das décadas, o crescimento urbano e a chegada dos automóveis transformaram a realidade. As ruas deixaram de ser apenas passagens improvisadas para se tornarem elementos centrais do planejamento das cidades.
Aos poucos, vieram as primeiras avenidas largas, a pavimentação em paralelepípedo e, mais tarde, o asfalto, sempre acompanhando as demandas do comércio, da indústria e do transporte coletivo.

Hoje, a abertura de uma rua segue um processo formal: nasce de projetos de loteamento aprovados pela Prefeitura, que exigem critérios técnicos de largura, alinhamento e acessibilidade. Uma vez abertas, passam a integrar o patrimônio público e, mais tarde, recebem denominação oficial por lei aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo prefeito.

Os nomes das ruas que contam a história de Criciúma
No passado, as ruas de Criciúma não tinham nomes oficiais. Eram identificadas de forma simples: pela casa de um morador conhecido, por um comércio de esquina, pela numeração ou pela igreja que servia de ponto de encontro. Assim nasceram expressões como Estrada Geral, Rua da Igreja e Rua do Fogo, denominações criadas de maneira espontânea pela própria comunidade.
Com o crescimento da cidade e a necessidade de organizar os espaços, os nomes passaram a ser oficializados por lei. Cabe à Câmara de Vereadores aprovar os projetos de denominação, geralmente apresentados por parlamentares em homenagem a personalidades locais, líderes políticos, religiosos, pioneiros da colonização ou para registrar datas cívicas e referências culturais. Depois de aprovada, a proposta segue para sanção do prefeito, que formaliza a escolha.
Esse processo transformou cada rua em um pedaço de memória da cidade. Mais do que indicar um endereço, os nomes revelam histórias, preservam lembranças e eternizam quem ajudou a construir Criciúma, mantendo viva a identidade do município.
Em 2017, a cidade implantou um novo modelo de placas de identificação. A medida, voltada à organização e padronização, permanece em vigor e garante maior uniformidade em toda Criciúma.

Um mapa vivo de lembranças
Assim como os nomes das ruas contam histórias, as imagens antigas revelam como esses lugares se transformaram ao longo do tempo. Cada foto é uma janela para o passado, mostrando o ritmo da cidade em diferentes épocas.








Entre degraus e memórias
Em Criciúma, algumas ruas terminam em escadarias que se tornaram parte do cotidiano dos moradores. Criadas em locais onde o relevo impediu a abertura de vias convencionais, essas passagens garantiram o acesso entre bairros e facilitaram o caminho de crianças até a escola. Com o tempo, passaram a ser também símbolos de convivência e adaptação, marcando a paisagem e a história da cidade.
Principais escadarias que dão acesso às ruas no município


















Entre passos antigos e novos trajetos, Criciúma continua desenhando seu mapa na histórias.

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